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Concurso de Ideias | M.Ind POA

O LOCAL
O cais do porto de Porto Alegre/RS foi e continua sendo um marco da cidade, além de ser um alvo de diversos projetos, embora também atue como uma barreira física e visual entre a cidade e o Lago Guaíba. Conectando-se com os armazéns característicos e a nova e revitalizada orla ao sul – projetada por Jaime Lerner e que trouxe à população porto-alegrense um espaço urbano de qualidade para lazer e convivência – o terreno de intervenção demonstra suas potencialidades. Todavia, ressalta-se que seu trecho é marcado pela carência de conexões claras e certa infraestrutura urbana, comprometendo assim, o desenvolvimento sociocultural de seu entorno. Locado em um eixo articulador, em frente à estação rodoviária apenas dividido por um viaduto, além da linha de transporte público de trens urbanos e o foco visual de todos que entram na cidade pela Av. Castelo Branco, o projeto propõe a reativação do espaço e auxílio ao desenvolvimento da região central mais voltada ao 4⁰ Distrito de Porto Alegre (norte), zona esta, que dispõe de grande visibilidade econômica e investimentos os quais visam sua requalificação urbana, uma vez que trata-se de uma região que concentrava a atividade industrial do município e arredores. Com este viés, a intervenção se organiza como um polo industrial e de inovação focado na produção de móveis fabricados a partir de madeira de reflorestamento, uma forma de indústria sustentável a qual movimentará a economia local, trará investimentos, benefícios e criará oportunidades para os habitantes da região e, consequentemente, à capital gaúcha como um todo.

CROQUIS INICIAIS
CONCEITO
O PROJETO
O espaço que atualmente abriga apenas a carga e descarga de pequenas embarcações, agora dá lugar à um novo complexo industrial o qual tem o princípio de aproximar a produção aos investidores, as inovações tecnológicas desenvolvidas na área, além dos futuros profissionais e técnicos que por sua vez têm a chance de receber um espaço capaz de fornecer conhecimento e difundir ideias. Seguindo esta premissa, o conceito projetual se organiza através de um ciclo conector abordando diversas camadas da cadeia produtiva, porém enfatizando o poder da indústria sustentável, das inovações e das preocupações no que dizem respeito ao futuro social, ambiental e econômico. Mesmo a proposta se organizando em dois momentos, a mesma ressalta a necessidade de união e relação direta entre as áreas através de suas passarelas, visuais, relações estruturais e uma escultura como símbolo e marco localizado na união dos eixos principais, estes possuindo angulação de 25 graus entre si. No primeiro momento, o qual dispõe-se de forma longitudinal, concentram-se as funções industriais e de criação. Este volume eleva-se do solo, liberando o térreo e permitindo a fluidez do espaço que por sua vez conecta e da continuidade de fluxo. Já o segundo momento, acontece de forma mais verticalizada, configurando as demais partes do programa, porém sem deixar de evidenciar a forte integração que os usuários podem vivenciar dentro do polo por meio de uma abertura central estruturadora e norteadora das atividades do edifício, a qual permite ampla permeabilidade visual entre pavimentos. Outra premissa importante na proposta são as visuais externas, uma vez que o projeto se torna um marco de entrada da capital gaúcha, além de situar-se a beira do Lago Guaíba, o qual possui um belíssimo pôr do sol ao entardecer podendo ser contemplado tanto do térreo onde foi pensado um tratamento dos espaços abertos, quanto dos mirantes presentes no projeto.
IMPLANTAÇÃO
PLANTAS BAIXAS PRINCIPAIS
CORTES
ISOMETRICA EXPLODIDA SETORIZADA
RENDERS
A ESTRUTURA
Devido a versatilidade do aço foi possível elaborar um sistema que suportaria de forma eficiente liberar o térreo, elevando as edificações, além de permitir um arrojo estético nas estruturas principais, as quais transmitem a ideia de leveza. A linguagem adotada da a unidade formal e compositiva para o complexo, uma vez que os coroamentos e as sustentações seguem os mesmos princípios. No volume horizontal adotou-se o uso de 6 pórticos os quais atingem 20m de altura e chegam a 22m na cumeeira metálica já que possuem formato “V”, sendo assim capazes de vencer o vão de 25m solicitado pelo bloco do edifício e permitindo plantas livres. Para a estrutura secundária do volume, fez-se uso de vigas treliçadas as quais seguem a malha proposta, além de tirantes metálicos os quais sustem as lajes alveolares (utilizadas em todo o projeto) dos pavimentos que dispõe de um rasgo equivalente a quase a totalidade de um modulo dos pórticos. O volume que possui maior verticalização parte do princípio de uma trama de pilares de perfil “I”, gerando um apelo estético e visual em todas suas fachadas. A fim de estruturar os pavimentos do mesmo, uma vez que a edificação possuí um rasgo central, adotou-se a mesma estratégia de tirantes metálicos os quais descarregam as cargas em vigas dispostas transversalmente ao volume. Seu coroamento é feito através de uma cobertura metálica plissada, ou seja, com dobras alternadas as quais fazem relação direta com a forma dos pórticos do outro volume, sendo estruturada por tubos metálicos soldados. As passarelas conectoras partem da mesma premissa de sistema treliçado, assim criando novamente a unidade compositiva e enaltecendo a versatilidade do aço, sem perder o conceito estrutural proposto.
DIAGRAMA ESTRUTURAL EXPLODIDO
CORTE PELE
DETALHES CONSTRUTIVOS
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